Como o cérebro aprende? O que os profissionais da educação devem saber.

Qual a importância da atenção no processo de aprendizagem?

O cérebro humano tem uma motivação intrínseca para aprender! 

O circuito executivo de atenção é importante para a aprendizagem consciente e tem relevância tanto no controle cognitivo, quanto no controle emocional. A função executiva do cérebro permite que a atenção seja mantida de forma prolongada e ao mesmo tempo inibe os estímulos que nos distraem. 

Atualmente, a neurociência, propiciou a identificação de áreas cerebrais que regulam estes processos de atenção prolongada, de ação inibitória e de controle emocional. Além disso, existem evidências de que atividade em uma dessas áreas pode ser inibidora do funcionamento da outra, como, por exemplo, emoções negativas intensas podem interferir na atenção ao processamento cognitivo.

Como o cérebro aprende?

O cérebro humano foi aperfeiçoado durante milhões de anos para detectar estímulos importantes a sobrevivência do indivíduo e da espécie, portanto, ele está naturalmente preparado para aprender estímulos significantes que tragam lições importantes e necessárias a melhor adaptação ao ambiente ao qual pertence o indivíduo.

Dessa forma, ambientes emocionalmente seguros e agradáveis e conteúdos de aprendizagem transmitidos de forma que a criança compreenda sua importância e aplicação prática diária, fará diferença entre “aprender/decorar”, para passar na prova e rapidamente esquecer, ou fixar o conteúdo levando o aprendizado para a vida. 

Ou seja, o cérebro tem uma motivação intrínseca para aprender! Mas só está disposto a fazê-lo para aquilo que reconheça como significante.

Qual a importância do conhecimento sobre o funcionamento do cérebro para a aprendizagem?

Estratégias eficientes de ensino devem atender aos princípios do  funcionamento cerebral, sabendo que, para que o aprendizado se torne permanente é necessário que haja: repetição, elaboração e consolidação além de um adequado período de descanso que é quando o cérebro “passa a limpo” as experiências vividas e as informações recebidas durante o dia, tornando mais estáveis e definidas as que são mais significativas. 

Portanto, é importante que o professor e a escola criem oportunidades em que o mesmo assunto possa ser examinado mais de uma vez e em diferentes contextos, para que aqueles processos possam ocorrer. Sabendo que, a consolidação demanda tempo, não ocorre de imediato e depende de um período adequado de sono.

Quem educa tem sempre que ter em mente duas perguntas: Qual a importância de se aprender isso? E Qual a melhor maneira de passar este conteúdo para que os alunos o considerem realmente significante?

Pensar sobre estas questões pode realmente fazer diferença no aprendizado de nossas crianças!

E qual a importância das emoções no aprendizado? 

As emoções são importantes, pois podem facilitar o processo de aprendizagem, quando positivas, ou dificultar, quando negativas. 

Portanto, é importante que o ambiente escolar seja planejado de forma a mobilizar emoções positivas (entusiasmo, curiosidade, envolvimento, desafio), enquanto que as negativas (ansiedade, apatia, medo, frustração), devem ser evitadas para que não prejudiquem a aprendizagem. 

Os momentos de descontração através de humor, artes e música inseridos no contexto de aprendizagem podem contribuir! 

Agora, o estresse, deve ser identificado e evitado! Geralmente, o estresse ocorre quando o individuo encontra dificuldades que não consegue superar ou julga ser incontornáveis e se sente desamparado.

Lembrando que, a linguagem emocional é corporal, antes de ser verbal, o educador deve se atentar tanto as emoções dos alunos quanto a sua própria, já que a postura, atitude e comportamento do educador assume grande importância quando se trata de aprendizado.

Como otimizar o aprendizado na adolescência? 

 

A adolescência é o período em que as funções executivas são aprimoradas!

Portanto, é importante que o educador e a escola propiciem ao aprendiz oportunidades para o desenvolvimento de sua capacidade de autorregulação e reconhecimento de limites!

Também a capacidade de identificar oportunidades, avaliar riscos e refletir sobre seus próprios erros é igualmente importante! Dessa forma, se aprende a lidar com a incerteza e se adquiri um comportamento flexível. 

A ausência de desafios e o ambiente muito confortável, também não estimula a mudança para melhor. Quando não há tolerância de erros, não se aprende a desenvolver respostas alternativas e inibir indesejáveis. 

A capacidade de planejar no longo prazo, de medir as consequências dos próprios atos e de inibir os comportamentos inadequados, são a essência das funções executivas, que são fortemente aprimoradas e desenvolvidas na adolescência até o início da idade adulta e, portanto, tanto a escola, quanto a família são fundamentais nesse quesito.

Vanessa Magosso Franchi

Mônica Elisabeth Simons Guerra

 

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